terça-feira, 29 de maio de 2012

A importância do Diagnóstico de Gestação na Bovinocultura

          O diagnóstico de gestação é uma técnica que permite a existência e o período da gestação. Em bovinos, através da palpação retal, essa técnica é utilizada desde o inicio do século XX. Posteriormente, a partir da década de oitenta, o emprego da ultrassonografia possibilitou o diagnóstico de gestação em fases mais precoces (Gonçalves et al., 2002). 
       Na bovinocultura de corte ou de leite, o diagnóstico de gestação ajuda no manejo geral do rebanho, possibilitando o controle reprodutivo das fêmeas da propriedade, pois através desse exame é possível fazer descarte ou tratamento das fêmeas que apresentem problemas reprodutivos congenitos ou adquiridos.
         O diagnóstico de gestação em bovinos é realizado levando-se em consideração determinadas características do controle reprodutivo, se individual ou do rebanho. O controle individual é realizado em criações intensivas, de gado de leite ou plantéis de gado de corte, e nesses casos há geralmente informações sobre datas de serviço e principalmente interesse acentuado em um diagnóstico precoce. Quando se trata de um controle do rebanho, típico de criações extensivas de gado de corte, submetidos a monta natural ou inseminação artificial, o diagnóstico é realizado em períodos estratégicos, contribuindo para racionalização do manejo (Gonçalves et al., 2002).

Métodos de Diagnóstico
Palpação Retal

       O diagnóstico de gestação por palpação retal é considerado um método eficiente seguro, cuja acuidade aproxima-se de 100%, desde que realizado por profissional treinado (Youngquist, 1997). Esse método é considerado o mais prático para o diagnóstico de gestação em fêmeas bovinas, desde que realizado após 45-50 dias pós-serviço, dependendo da capacidade do examinador. Uma vaca somente deverá ser considerada gestante se pelo menos um dos sinais indicativos de gestação for detectado e reconhecido (Gonçalves et al., 2002), como descrito na tabela 1.1 segundo Grunert (1993).


Tabela 1.1 Principais características que servem de suporte para o diagnóstico de gestação e estimativa do período gestacional em bovinos.

FASE
PERÍODO
(meses)
POSIÇÃO
DO ÚTERO
TAMANHO FETO (cm)
CARACTERÍSTICAS
Sem sinais evidentes
I
Pélvica
1
Sem sinais evidentes
Pequena Bolsa
I-II
(31° ao 60°)
Pélvica
3-9
- assimetria dos cornos uterinos;
- vesícula amniótica;
- efeito de parede dupla;
- flutuação;
- corpo lúteo ipsilateral.
Grande Bolsa
I-III
(61° ao 90°)
Pélvica/Abdominal
10-14
- assimetria pronunciada dos cornos uterinos;
- flutuação;
- efeito de parede dupla;
- feto possível de ser palpado;
Balão
III-IV
(91° ao 120°)
Pélvica/Abdominal
15-20
- grande balão;
-flutuação;
- placentônios;
- feto;
- frêmito arterial.
Descida
IV-VI
(121° ao 180°)
Abdominal Ventral

- cérvice distendida
- placentônios;
- difícil palpação do feto;
Final
VII-IX
(181° ao 280°)
Abdominal Ascendente

- palpação do feto;
- placentônios;
- frêmito arterial.
 

Ultrassonografia


      A eficiência do diagnóstico ecográfico de gestação depende do equipamento, habilidade do examinador e período gestacional. Exames realizados antes dos 25 dias estão mais susceptíveis a erros (50%) em relação as realizados posteriormente, quando o embrião e os batimentos cardíacos possibilitam um diagnóstico mais consistente (Kastelic et al., 1989). Assim, o período mais indicado para a realização do diagnóstico por ultrassonografia vai do dia 25 até quando for possível uma avaliação segura por palpação retal. 
       Na tabela 1.2 encontra-se algumas caracteriscitas observadas na ultrassonogrfia nos primeiros 2 meses de gestação. 

Tabela 1.2. Características gestacionais que servem de parâmetro para diagnóstico nas fases iniciais de gestação através da ultrassonografia.

CARACTERISTICAS GESTACIONAIS
DIAS PÓS-SERVIÇOS
Vesícula embrionária
13-19
Embrião
20-24
Batimentos cardíacos
24-27
Âmnio
30-32
Membros
28-34
Coluna vertebral
40
Movimentos Fetais
42-50
Costelas
51-55
Placentônios junto ao embrião
33-38
Placentônios em todo o útero
60
 
        A crescente utilização da ultrassonografia tem proporcionado um salto de qualidade na assistência veterinária em algumas regiões do País no âmbito da reprodução animal. As falhas na concepção e morte embrionária precoce podem ter seus efeitos minimizados mediante uma maior precisão e rapidez diagnóstica. Novas biotecnologias como indução e sincronização do estro, transferência e produção de embriões in vitro têm sido otimizados. considerando ainda que a média dos índices reprodutivos brasileiros, mesmo com todos os avanços tecnológicos, apresentem poucos sinais de progresso, as utilizações de técnicas de diagnóstico mais precisas podem contribuir substancialmente para a reversão desse quadro. Para isso, as instituições de ensino, cooperativas, núcleos de criadores, profissionais liberais e entidades afins devem avaliar o potencial incremento que poderá ser gerado na produtividade com a adoção dessa tecnologia (Gonçalves et al., 2002).

       O importante é, como médico veterinários, buscarmos sempre as melhores alternativas tanto para a propriedade ,para seu manejo reprodutivo ,como para a lucratividade da mesma. Técnicas como Ultrassonografia, Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Fertilização in vitro, Transferência de Embrião, entre outras, estãos cada dia sendo mais buscadas pelos produtores rurais, e nós como profissionais temos a obrigação de cada vez mais estar no mercado satisfazendo nossos clientes. A busca pelo conhecimento nunca é o bastante, cada dia precisamos saber mais um pouco dessas biotcnológias apresentadas no mercado.

Um comentário:

  1. GOSTEI DE ESTAR INFORMADO,POR FAVOR DR.EDUARDO MANTENHA-ME INFORMADO SOBRE MAIS INFROMAÇÕES DO TEMA EM QUESTÃO.

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