O diagnóstico de gestação é uma técnica que permite a
existência e o período da gestação. Em bovinos, através da palpação retal, essa
técnica é utilizada desde o inicio do século XX. Posteriormente, a partir da
década de oitenta, o emprego da ultrassonografia possibilitou o diagnóstico de
gestação em fases mais precoces (Gonçalves et al., 2002).
Na bovinocultura de corte ou de leite, o diagnóstico de gestação ajuda no manejo geral do rebanho, possibilitando o controle reprodutivo das fêmeas da propriedade, pois através desse exame é possível fazer descarte ou tratamento das fêmeas que apresentem problemas reprodutivos congenitos ou adquiridos.
O diagnóstico de gestação em bovinos é realizado levando-se em
consideração determinadas características do controle reprodutivo, se
individual ou do rebanho. O controle individual é realizado em criações
intensivas, de gado de leite ou plantéis de gado de corte, e nesses casos há
geralmente informações sobre datas de serviço e principalmente interesse
acentuado em um diagnóstico precoce. Quando se trata de um controle do rebanho,
típico de criações extensivas de gado de corte, submetidos a monta natural ou
inseminação artificial, o diagnóstico é realizado em períodos estratégicos,
contribuindo para racionalização do manejo (Gonçalves et al., 2002).
Métodos de Diagnóstico
Palpação Retal
O diagnóstico de gestação por palpação retal é considerado um método
eficiente seguro, cuja acuidade aproxima-se de 100%, desde que realizado por
profissional treinado (Youngquist, 1997). Esse método é considerado o mais prático para o diagnóstico de gestação
em fêmeas bovinas, desde que realizado após 45-50 dias pós-serviço, dependendo
da capacidade do examinador. Uma vaca somente deverá ser considerada gestante
se pelo menos um dos sinais indicativos de gestação for detectado e
reconhecido (Gonçalves et al., 2002), como descrito na tabela 1.1 segundo Grunert (1993).
Tabela
1.1 Principais características que servem de suporte para o diagnóstico de gestação
e estimativa do período gestacional em bovinos.
FASE
|
PERÍODO
(meses)
|
POSIÇÃO
DO ÚTERO
|
TAMANHO FETO (cm)
|
CARACTERÍSTICAS
|
Sem sinais evidentes
|
I
|
Pélvica
|
1
|
Sem sinais evidentes
|
Pequena Bolsa
|
I-II
(31° ao 60°)
|
Pélvica
|
3-9
|
- assimetria dos cornos uterinos;
- vesícula amniótica;
- efeito de parede dupla;
- flutuação;
- corpo lúteo ipsilateral.
|
Grande Bolsa
|
I-III
(61° ao 90°)
|
Pélvica/Abdominal
|
10-14
|
- assimetria pronunciada dos cornos uterinos;
- flutuação;
- efeito de parede dupla;
- feto possível de ser palpado;
|
Balão
|
III-IV
(91° ao 120°)
|
Pélvica/Abdominal
|
15-20
|
- grande balão;
-flutuação;
- placentônios;
- feto;
- frêmito arterial.
|
Descida
|
IV-VI
(121° ao 180°)
|
Abdominal Ventral
|
|
- cérvice distendida
- placentônios;
- difícil palpação do feto;
|
Final
|
VII-IX
(181° ao 280°)
|
Abdominal Ascendente
|
|
- palpação do feto;
- placentônios;
- frêmito arterial.
|
Ultrassonografia
A eficiência do diagnóstico ecográfico de gestação depende do
equipamento, habilidade do examinador e período gestacional. Exames realizados
antes dos 25 dias estão mais susceptíveis a erros (50%) em relação as
realizados posteriormente, quando o embrião e os batimentos cardíacos possibilitam
um diagnóstico mais consistente (Kastelic et al., 1989). Assim, o período mais indicado para
a realização do diagnóstico por ultrassonografia vai do dia 25 até quando for
possível uma avaliação segura por palpação retal.
Na tabela 1.2 encontra-se algumas caracteriscitas observadas na ultrassonogrfia nos primeiros 2 meses de gestação.
CARACTERISTICAS GESTACIONAIS
|
DIAS PÓS-SERVIÇOS
|
Vesícula embrionária
|
13-19
|
Embrião
|
20-24
|
Batimentos cardíacos
|
24-27
|
Âmnio
|
30-32
|
Membros
|
28-34
|
Coluna vertebral
|
40
|
Movimentos Fetais
|
42-50
|
Costelas
|
51-55
|
Placentônios junto ao embrião
|
33-38
|
Placentônios em todo o útero
|
60
|
A crescente utilização da
ultrassonografia tem proporcionado um salto de qualidade na assistência
veterinária em algumas regiões do País no âmbito da reprodução animal. As
falhas na concepção e morte embrionária precoce podem ter seus efeitos
minimizados mediante uma maior precisão e rapidez diagnóstica. Novas
biotecnologias como indução e sincronização do estro, transferência e produção
de embriões in vitro têm sido
otimizados. considerando ainda que a média dos índices reprodutivos
brasileiros, mesmo com todos os avanços tecnológicos, apresentem poucos sinais
de progresso, as utilizações de técnicas de diagnóstico mais precisas podem
contribuir substancialmente para a reversão desse quadro. Para isso, as
instituições de ensino, cooperativas, núcleos de criadores, profissionais
liberais e entidades afins devem avaliar o potencial incremento que poderá ser
gerado na produtividade com a adoção dessa tecnologia (Gonçalves et al., 2002).
O importante é, como médico veterinários, buscarmos sempre as melhores alternativas tanto para a propriedade ,para seu manejo reprodutivo ,como para a lucratividade da mesma. Técnicas como Ultrassonografia, Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Fertilização in vitro, Transferência de Embrião, entre outras, estãos cada dia sendo mais buscadas pelos produtores rurais, e nós como profissionais temos a obrigação de cada vez mais estar no mercado satisfazendo nossos clientes. A busca pelo conhecimento nunca é o bastante, cada dia precisamos saber mais um pouco dessas biotcnológias apresentadas no mercado.
GOSTEI DE ESTAR INFORMADO,POR FAVOR DR.EDUARDO MANTENHA-ME INFORMADO SOBRE MAIS INFROMAÇÕES DO TEMA EM QUESTÃO.
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